"Ela conseguiu.
Desde que se lembra, que é isto que quer
É já amanhã.
É só acordar e sair.
Sem olhar para trás.
Tudo ficará no passado quando chegar a manhã.
Ela fecha os olhos. Sorri.
As mãos tremem.
"Serei capaz?"
É o chão que pisou todas as noites.
Ao de leve, para ninguém ouvir.
Ele guarda todas as suas lágrimas,
Por poucas que sejam.
Ela não quer sentir.
Não quer sentir.
Não era suposto ser assim.
Ela sairá pela porta da frente, e olhará para trás
Tem de olhar
É lá que ela está.
Despede-se com um gesto rápido
Com o andar pesado
Ela não vai voltar.
Nada será igual
Nunca será o ideal
De felicidade, como é possível ser feliz?
Nunca a ensinaram.
Ela não sabe e agora, é tarde demais.
Está lá, pelo mundo
À procura de conforto
Fugindo ao seu fado
Mas não vale a pena,
Pois ela não passa,
De um bem danificado.