segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"Um pequeno esgotamento nervoso"


"Eu não consigo dormir. Já não consigo dormir. Parem de dizer que é cansaço, que é stress. Não é. Não durmo porque não fiz as coisas. Porque não as disse. Não me deixo dormir como castigo.
Pára de adiar. Tem coragem. Há tanto que queres fazer.
Eu quero dormir, mas fecho os olhos e imagino o que não disse, o que não fiz. E se eu já não for a tempo?

Acalma-te, eles estão a olhar.

Eu não sei o que é amar, mas acho que o sinto. Eu quero dizer-te, não sei o quê, olhar para ti. Estarmos diante uma da outra. Queria que percebesses e que eu não o dissesse.
Eu não sei falar. Eu não te consigo falar.
Sei escrever, mas não queres que te escreva. Não sei fazer mais nada.
Eu sei que é estranho, tive pouco tempo contigo, mas... o que querias que fizesse? A culpa é tua! A culpa é toda tua e odeio-te por isso.
Quero-te tanto aqui.

Acalma-te, ajeita a camisa, sorri. Eles estão a olhar.

Eu imaginei a minha vida. Aquelas coisas todas, casar, filhos, cão carro, felicidade.
Mas eis o que não me disseram: isto não acontece a pessoas como tu, minha querida.
Mas também ninguém sabe que sou louca.

Acalma-te, respira, ajeita a camisa, sorri. Eles estão a olhar.

O lado negro está na moda. As pessoas querem ver o lado negro das outras. “Uh eu aceito-te como és.” “Eu também tenho um.”
Realmente o mais corajoso é ser-se decente.
Eu também criei o meu, e tentei ser diferente, não gostar do que é normal.
Mas eu apenas o quero ser, normal.  Ah ah ah, as ilusões são tão bonitas.

Acalma-te, respira, fodasse!
Não! A vida não é fácil mas também não pode ser assim tão dificil. Olha para mim! Olha para mim e diz-me que não estou certa! Olha! Desafio-te a dizer que a loucura não é a única coisa que faz sentido."

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